terça-feira, 13 de abril de 2010

Devaneio



Que se façam devaneios meus pensamentos.
Um mar de palavras em correntes de amor, poesia e tormento.
Virando tinta borrada em papel, ideias sordidamente delicadas.
Nesses confusos sentimentos, entre arrojo e simplicidade,
 desmonto minha empáfia, retiro a máscara e me perco em minha própria imagem.
Não reconheço a face limpa, sem as alucinações das palavras e devaneios tolos.
Tudo é superficial, maquiagem para me esconder de mim.
Não quero afundar-me em minha própria essência. Não quero morrer sufocado pela verdade que sempre neguei. Não quero ser eu. Não quero ser. Não quero...
Devolva-me ao caos, ao devaneio de meus pensamentos que nunca param.
Pensamentos que me fazem perder de mim mesmo. Não me encontre nesse caos de tinta. Rasgue o papel. Não leia ou não entenda. Apenas faça.
Mas não me encontre, entre arrojo e simplicidade, despido de empáfia, idade e palavras.

Por Raphael Ramires

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